LA GRECA
Vicente La Greca, mais conhecido como Murillo La Greca, palmarense nascido em 3 de agosto de 1899, faleceu no recife em 5 de julho de 1985, pintor e professor, filhos dos italianos, Vincenzo La Greca e Tereza Carlo Magno, era o mais jovem de doze irmãos.
Vicente La Greca começou a se interessar pela arte quando ainda
era uma criança, passando a pintar regularmente com doze anos de idade.
Entre 1919 e 1925, residiu em Roma, onde se matriculou
em três escolas de arte. Durante esse período, ele foi estimulado por seu irmão
mais velho, José La Greca, que sempre financiou suas viagens para estudar.
Voltou ao Brasil em 1926 e conquistou o reconhecimento de seus
conterrâneos, chegando a ser premiado em diversos salões nacionais, entre elas
uma medalha de prata no Salão Oficial de Belas Artes do Rio de Janeiro, em 1927, com o quadro Os últimos fanáticos de Canudos.
Durante sua segunda estada no Rio de Janeiro, La Greca conheceu
o pintor Cândido Portinari, com quem chegou a dividir
apartamento. Mesmo depois de voltar a morar no Recife, eles continuaram se
correspondendo por longo tempo. Apesar de amigos, La Greca rejeitava as obras
de Portinari por estarem fora dos parâmetros da arte clássica.
Tornou-se professor da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde conheceu e se apaixonou pela aluna Sílvia Decusati, também de origem italiana. Em 1936 eles casaram e foram morar na Itália, onde La Greca dedicou-se ao estudo dos afrescos. De volta ao Brasil, um mês antes de eclodir a Segunda Guerra Mundial, ele recebeu o convite para pintar os afrescos da Basílica da Penha, no bairro de São José, no Recife.
No Recife, exerceu atividade de professor da Escola de Belas
Artes, instituição que ajudou a formar. Nesta época teve seu trabalho
desprestigiado por gerações de artistas mais jovens, seguidores das novidades
preconizadas pelas vanguardas modernistas, o que o fez afastar-se das lides artísticas por
muito tempo, e deixando de promover exposições. Apesar disso, esse foi o
período em que ele produziu alguns de seus trabalhos mais famosos, como Primeira aula de Medicina,
encomendado pela Universidade Federal de Pernambuco e os retratos do engenheiro Vauthier e
do Conde da Boa Vista, para a sede do Teatro de Santa Isabel. Destacou-se por pintar
temas históricos, sendo um de seus quadros mais famosos O fuzilamento de Frei Caneca.
Com a morte da sua esposa em 1967, seu ritmo de
produção diminuiu consideravelmente. Sílvia era para ele uma verdadeira
companheira de profissão e musa inspiradora, tendo sido retratada em
diversos de seus quadros.
Em homenagem à esposa, Murillo quis fundar um museu, onde
constaria todo o seu acervo e haveria uma sala dedicada aos trabalhos de
Sílvia, que também era pintora. Para realizar este sonho, conseguiu o apoio da
prefeitura da cidade do Recife, sendo que o museu foi criado no mesmo ano de
sua morte, levando seu nome, Museu Murillo La Greca.
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