domingo, 19 de agosto de 2012

Uma em cada 3 famílias endividadas está com contas em atraso, diz Ipea



Em julho, quase metade das famílias ouvidas pelo instituto tinha alguma dívida. Valor médio era de R$ 4,5 mil. Menor do que em junho, mas 7% acima do registrado em julho de 2011.



Uma pesquisa divulgada hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou uma redução pequena no número de brasileiros endividados, mas, ainda assim, mais da metade das famílias ainda têm dívidas. Entre elas, uma em cada três está com as contas atrasadas.
Cada um dos papéis de Claudinéia representa uma dívida. Prestação do carro: atrasada. Cartão de crédito: só o pagamento mínimo. Limite do cheque especial: estourado. Com o atraso no pagamento dos honorários, a advogada entrou para o time dos devedores.
“Eu nunca tive tanta dívida quanto eu tenho agora”, diz ela.
Em julho, quase metade das famílias ouvidas pelo Ipea tinha alguma dívida. O valor médio era de R$ 4,5 mil. Menor do que em junho, mas 7% acima do registrado em julho de 2011.
O número de brasileiros que se consideram endividados teve uma pequena queda em relação ao mês anterior, mas 60% deles disseram na pesquisa que o valor total das dívidas chega a ser maior do que tudo o que eles ganham por mês.
E para quase metade das famílias, o peso é ainda maior: ultrapassa o dobro da renda mensal. Caso de Claudinéia.
“Mais de dez vezes a minha renda mensal”, conta.
Entre as famílias com dívidas para pagar, um terço está com contas atrasadas. Nesses casos, vale renegociar ou até vender um bem. Para quem não consegue pagar o cartão de crédito, por exemplo,o economista do IBMEC Gilberto Braga diz que pode ser um bom negócio vender o carro, quitar a dívida e fazer um financiamento para comprar um carro novo.
“Os juros que você vai pagar hoje no financiamento do automóvel é ao redor de um a dois por cento ao mês. Isso significa que ele vai ser de cinco a dez vezes menor do que os juros cobrados no rotativo do cartão de credito”, orienta.
A advogada não vê a hora de se livrar do peso dos papéis.
“Os juros são muito altos, são fora da realidade”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário