NEGOCIOS
Não tenho utilidade para dinheiro, diz Bill Gates sobre filantropia
Bill Gates (em foto de 2011) dedica boa parte de sua fortuna a ações humanitárias
Foto: Reuters
O cofundador da Microsoft, filantropo e multibilionário Bill Gates, 57 anos, tem uma fortuna estimada em US$ 65 bilhões - o equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no país) anual do Equador - e gosta de aplicar seu dinheiro em causas humanitárias, o que o levou a ser reconhecido como um dos ricos mais generosos do mundo. Em entrevista ao periódico britânico The Telegraph, Gates disse estar engajado no processo de "se livrar" do dinheiro que tem e aplicá-lo na esperança de melhorar a vida dos menos favorecidos.
"Estou muito bem servido em termos de comida e roupas", afirmou ele. "O dinheiro não tem utilidade para mim além de determinado ponto. Sua utilidade é toda voltada para construir uma organização e conseguir recursos para enviar aos mais pobres do mundo."
Ser rico - até mesmo muito rico, como no caso de Bill Gates - não garante a ninguém um lugar na história. Assim, mesmo tendo projetado o uso do computador pessoal no cotidiano das pessoas e tornado a Microsoft a empresa mais valiosa do mundo em 2000, Bill Gates permanece incansável. Ele quer mais: busca a erradicação da poliomielite, doença que causou um número incontável de mortes.
Bill Gates defende que cada criança tem direito a uma vida saudável e produtiva, e acredita que a tecnologia e a inovação podem ajudá-las a atingir esse objetivo. Bill e sua mulher, Melinda Gates, já doaram US$ 28 bilhões através de sua fundação de caridade - mais de US$ 8 bilhões desse total foram destinados para melhorar a saúde global.
"Minha mulher e eu tivemos um longo diálogo sobre como usaríamos a riqueza que temos a sorte de possuir e destiná-la de uma maneira que seja mais impactante para o mundo", disse ele. "Ambos trabalhamos na Microsoft e vimos que, se você leva inovação e pessoas inteligentes, a habilidade para medir o que está funcionando, você consegue obter coisas incríveis."
Desde 2000, o empresário optou por se distanciar dos negócios e se concentrar na filantropia, por meio da Fundação Bill e Melinda Gates, fundada em 1999, que leva a cabo numerosos projetos contra a pobreza e as enfermidades em países do terceiro mundo. Ele ainda é o responsável pela iniciativa "The Giving Pledge", que congrega cerca de 70 multimilionários que se comprometem a doar, em vida, metade de suas fortunas para causas do bem.
O dinheiro de Gates vai para fins tão diversos quanto o departamento de Ciências da Computação em Harvard, bibliotecas, projetos em universidades e escolas de nível médio e entidades ligadas à caridade em Seattle. Nos Estados Unidos, o principal projeto da Fundação criada por ele em 1999 é voltado para a educação, principalmente em treinamento de professores. Ao redor do mundo, sua fundação busca contribuir para a erradicação da pobreza, ampliar as oportunidades de educação e melhorar o acesso à atenção sanitária e à tecnologia da informação nas comunidades mais desfavorecidas do planeta.
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