segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


CARRO MAIS BARATO DO MUNDO, TATA NANO, COMPLETA QUATRO ANOS NO MERCADO

Custando menos que R$ 6 mil, modelo tem história marcada por acidentes e fracasso nas vendas

TATA NANO (FOTO: TATA MOTORS)

Em janeiro de 2008 a Tata Motors apresentava na Índia o carro mais barato do mundo. Tratava-se do Nano, um diminuto compacto de apenas US$ 2,5 mil (pouco mais de R$ 5 mil). O carrinho tinha a missão de emplacar entre os mais vendidos no mercado indiano que, à época, começava a viver o sonho do crescimento das economias emergentes.
A fórmula parecia certeira: um carro simples e acessível para um público não tão exigente que buscava um veículo prático para se locomover nas grandes cidades. A expectativa em torno do modelo era tanta que se falava até em expansão para outros mercados, com o Brasil na mira inclusive. Ficou na promessa. O fato é que, quatro anos após o início das vendas na Ásia, o Nano ainda não mostrou a que veio.
Imagem prejudicada
Com uma trajetória de mais baixos do que altos, o modelo já nasceu em um cenário conturbado. A montadora indiana foi alvo de protestos de trabalhadores rurais que reclamavam para si as terras compradas pela marca para a construção da fábrica onde o Nano seria produzido. A briga política atrasou a fabricação do veículo, que só estreou nas lojas em 2009. Mas a crise veio mesmo em 2010, quando algumas unidades do Nano pegaram fogo espontaneamente. A fabricante foi obrigada a fazer um recall de uma linha inteira para sanar o problema. A desconfiança do consumidor em relação ao pequeno carro foi revertida nas vendas: naquele ano o compactou amargou 509 unidades emplacadas.
A reação veio em 2011. Para se desfazer da imagem ruim, a montadora investiu pesado em marketing, fabricou uma edição especial do carrinho totalmente coberto de ouro, aumentou a garantia para quatro anos, facilitou as condições de pagamento e equipou o modelo com um motor um pouco mais “potente”, de 624 cc e 38 cv de potência. Entre janeiro e julho de 2012, a Tata já havia conseguido emplacar 5.485 unidades do automóvel, cerca de 68% a mais que o mesmo período de 2011. Atualmente, o carro da Tata continua sendo oferecido na Índia e tem conseguido se manter no ranking dos 15 modelos mais vendidos no país.
Em uma entrevista à imprensa americana no ano passado, o presidente da Tata, Ratan Tata, afirmou que o potencial do seu queridinho ainda não foi totalmente explorado e que deseja agora levar o Nano para os Estados Unidos. Para isso, deixaria o modelo mais sofisticado, com direção hidráulica e controle de tração, apesar de manter o fraco propulsor traseiro de dois cilindros. O preço partiria de US$ 10 mil. Seria essa uma indicação de que, enfim, o pequenino Nano alcançará o estrelato esperado ou mais uma ideia que não sairá do papel? A conferir.

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