quinta-feira, 31 de janeiro de 2013


 Web e Redes Sociais

Novo formato H.265 vai acelerar o loading de vídeos na internet

MPEG apresenta sucessor do H.264, usado em celulares, televisão e no YouTube



Micael Silva / Tecnoblog

A internet como conhecemos hoje não seria tão divertida se não fosse o vídeo. Vídeos de gatos, cantoras não tão afinadas e danças contagiantes não fariam parte do nosso dia a dia online se, além das conexões cada vez mais rápidas, os formatos de compressão não tivessem evoluído tanto ao longo dos últimos anos. Enquanto os núcleos de pesquisa em telecomunicações cuidam para criar essas redes cada vez mais rápidas, outros grupos trabalham para tornar a compressão de vídeo mais eficiente, buscando melhor qualidade de imagem usando cada vez menos bits.

H.264 é o nome do formato mais avançado, versátil e adotado no mercado até o momento. Pensado para ser utilizado de celulares à TVs de alta definição, este formato já está recebendo seu sucessor: o H.265 ou HEVC (High Efficiency Video Coding). Já foi fechado pelo Moving Pictures Experts Group (grupo que define padrões de compressão e transmissão de áudio e vídeo, conhecido pela sigla MPEG que empresta nome a diversos outros formatos de mídia digital) e recebeu aprovação do ITU (órgão das Nações Unidas que coordena telecomunicações) de padrão oficial.

O H.265 permite a mesma qualidade de imagem que um arquivo codificado em H.264 proporciona usando 35% menos bytes. Uma economia que agrada diversos mercados, das operadoras de telecomunicações a operadoras de TV paga. E até você, por ter mais espaço livre no seu computador ou tablet.

Por baixo do capô

Um dos avanços para a melhora na compressão do H.265 foi a substituição do macroblock usado nos formatos desenvolvidos pelo MPEG até hoje por uma versão mais inteligente. Atualmente temos um fotograma (vamos usar essa palavra antiga para evitar confusões na frase) de imagem dividido em blocos que, por sua vez, é dividido em blocos menores, para identificar repetições ou cores semelhantes nessas regiões e assim eliminando as redundâncias. Um céu limpo, todo azul, não precisa de tantos detalhes, já que os mesmos pixels de cor se repetem várias e várias vezes.

No H.265 esses blocos também existem, mas ficaram mais inteligentes: não têm mais tamanhos fixos, podendo ser maiores em áreas pouco detalhadas e menores em áreas mais detalhadas, economizando muitos bytes.

O novo padrão também adiciona várias outras melhorias como novas técnicas e direções para previsão de movimento, detecção de redundâncias e outros aprimoramentos da tecnologias que antecederam ele.

Ok, e o que eu ganho com isso?

O H.264 já faz parte do dia a dia de quem vive num mundo multimídia, nos celulares, nos serviços de streaming, no YouTube, na TV por assinatura. A criação do H.265 é uma boa notícia para todos esses mercados por conta da economia de banda que ele vai proporcionar. Fundamental principalmente para a definir a viabilidade comercial do formato 4K, que começa a aparecer no horizonte. O H.265 já tem definidos perfis de uso adaptados para ele, e a economia de banda será muito importante para a transmissão de vídeo nessa resolução em qualquer meio: cabo, satélite ou redes IP.

Há problemas

Um dos problema é que quanto mais sofisticada é a técnica de compressão, maior é o poder de processamento exigido para codificar ou decodificar esse material, o que pode ser a gota d’água para muitos sistemas que trabalham no limite.

Em muitos casos, o hardware gráfico é que assume essa tarefa para aliviar o trabalho do processador principal, o que acontece muito nos dispositivos móveis. Isso levanta outro problema: por ser recente, o H.265 por ora não terá hardware compatível no mercado.

Essa ausência de hardware é o que vai determinar o tempo da adoção do formato em sistemas de vigilância, IPTVs e TVs por assinatura. Mas ele tem tudo para herdar o “império” do seu antecessor e expandi-lo. Quem sabe – não custa sonhar, não é mesmo? – não resolva de vez a bagunça de formatos para o HTML5?

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